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A incerteza de um futuro

Além de toda a perda histórica, os antigos frequentadores do restaurante Panela e do Iracema Plaza junto com os ex-moradores do Edifício São Pedro sentem a perda emocional. Quem viveu nesta época fala com saudade e tristeza dos tempos áureos. Em entrevista com a repórter Lianne Peixoto, em 2017, uma das últimas moradoras a deixar o prédio, Claudia Belarmino,  fala saudosa. “Eu não vou mentir, passo em frente aquele prédio, fico olhando, toda vida eu choro porque morei lá muitos anos, foi meu casamento inteiro, foi uma grande parte da minha vida”. A equipe de reportagem tentou entrar em contato esse ano com a ex-moradora, porém não recebemos respostas.

 

  O tombamento do edifício seria uma alternativa de preservar as memórias e resgatar a história dos sete pavimentos de concreto armado numa época de uma Fortaleza de alpendres e muros baixos. De acordo com Márcia Sampaio, conselheira do IAB/CE, o edifício foi um ícone por ser o primeiro hotel da cidade voltado para o mar, quando a cidade toda se construía de costas. Ela afirma que preservar o Edifício São Pedro significa preservar o DNA de uma cidade, pois cada cidade tem um tipo de edificação e um patamar de sofisticação, e isso fala muito sobre o poder econômico da cidade de Fortaleza no começo da década de 50, tempo em que começou a ser construído e que até hoje tem sua construção inacabada.

 

  Dando seu parecer profissional e contrária a construção da torre gigante, Marcia  argumenta que “o prédio que está posto é mais do mesmo, ele não acrescenta nada a cidade que já não tenha, o prédio que hoje existe é uma coisa curiosíssima e poderia ser um Copacabana Palace do Ceará e ter uma dinâmica diferenciada inclusive sendo até subsidiado, porque não? O governo não é para o lucro. O governo deve ter uma gestão eficiente, mas o governo é para o bem da sociedade.”

Fotos: Zayron D'Ângelo

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